De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), os humanos já causaram o aquecimento do planeta em 1 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais. Inundações catastróficas, estiagens prolongadas, incêndios florestais e tempestades estão se tornando ocorrências triviais, e há evidências científicas contundentes que projetam um quadro devastador devido a mudança climática.
De acordo com as projeções atuais, os impactos sociais, ambientais e econômicos gerais das mudanças climáticas podem atingir níveis catastróficos. Uma estimativa sugere que, se as temperaturas subirem 2,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais nos próximos anos, além das perdas econômicas globais de trilhões por ano, o planeta seria quase que inabitável.
O aumento da frequência e gravidade de inundações, estiagens, incêndios e furacões, bem como o aumento do nível do mar, pode levar a perdas desestabilizadoras para seguradoras, bancos e outros intermediários financeiros com exposição direta e indireta a diferentes indústrias e setores afetados. bens. De 2016 a 2018, os Estados Unidos sofreram 45 desastres naturais, cada um causando pelo menos US$ 1 bilhão em perdas. No mesmo período, as perdas econômicas médias anuais decorrentes de desastres naturais totalizaram cerca de US$ 150 bilhões.
Como se pode ver, os impactos financeiros são incalculáveis, e os efeitos nefastos sobre a vida no planeta são mais do que conhecidos, então o momento não é mais de discussão, mas de ação. Urge tomar ações no sentido de mitigar os efeitos que já estamos expostos hoje.
Portanto, somente reduções fortes e sustentadas nas emissões de dióxido de carbono CO2 e outros gases de efeito estufa poderiam limitar os efeitos das mudanças climáticas. Ainda assim, embora os benefícios para a qualidade do ar venham rapidamente, pode levar de 20 a 30 anos para que as temperaturas globais se estabilizem. Um conceito que vem sendo impantado em diversos mercados é o de Economia Circular.
Economia Circular é um conceito estratégico que se fundamenta na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia. Substituindo o conceito de fim-de-vida da economia linear, por novos fluxos circulares de reutilização, restauração e renovação, sustentado por processos integrados, a economia circular é vista como um elemento chave para promover a dissociação entre o crescimento econômico e o aumento no consumo de recursos. Esse modelo pode fornecer uma maneira não apenas de proteger o meio ambiente, mas de usar os recursos naturais com mais sabedoria, desenvolver novos setores, criar empregos, além de desenvolver novas capacidades.
O modelo é inspirado nos ecossistemas naturais, cujos recursos são utilizados e reutilizados em um contínuo e equilibrado sistema de absorção e reciclagem. Da mesma forma, a Economia Circular promove um modelo econômico que busca a otimização dos recursos, produzindo apenas o que é necessário, utilizando o mínimo que possível de novos recursos naturais. Como o modelo propõe uma cadeia fechada, em tese, o recurso nunca se exaure a ponto de ser descartado, sendo reaproveitado ou reciclado tudo o tempo dentro da cadeia. Ainda assim a reciclagem deve ser minimizada, pois requer energia para processar os materiais e essa energia, nem sempre vem de fontes renováveis.
Em geral, a Economia Circular envolve mais do que um produto, geralmente considera a mescla de produtos e serviços. Um exemplo, é a mobilidade usando um serviço pode servir como um bom exemplo. O compartilhamento de carros, oferecido por várias empresas, dentre as quais MyWheels e WeGo, significa que menos pessoas precisam comprar seus próprios carros. Isso tem implicação direta na redução do uso de matérias-primas. Se o motor de um carro quebrar, pode ser consertado ou o chassi e as peças do carro podem ser reutilizadas para fazer ou reformar outro carro. Quando essas peças não podem mais ser reutilizadas, o metal, o tecido e outros materiais podem ser reciclados e utilizados na fabricação de novas peças.
Diferentemente do modelo linear, que se foca em produzir, vender, utilizar e descartar, a economia circular é um sistema econômico de ciclos fechados em que matérias-primas, componentes e produtos perdem seu valor o mínimo possível, as fontes de energia devem ser renováveis e o pensamento sistêmico está no centro.
ESG é a sigla de Ambiental, Social e Governança, e refere-se a um conjunto de critérios de avaliação de desempenho corporativo cujo objetivo é avaliar a robustez dos mecanismos de governança de uma empresa e sua capacidade de gerenciar efetivamente seus impactos ambientais e sociais.
O ano de 2021 foi o ano de destaque para os investimentos em ESG, alcançando 10% dos ativos de fundos em todo o mundo, e as projeções é que continuem a crescer, beneficiando as empresas que são altamente avaliadas por seus esforços de sustentabilidade obtiveram ganhos recordes, impulsionados pela crescente conscientização em investimentos focados em questões ESG.
O financiamento sustentável ou financiamento verde envolve a tomada de decisões de investimento que consideram não apenas o retorno financeiro, mas também fatores ambientais, sociais e de governança.